24 de fev. de 2011

Sobre a Famosa Pegada

Pegada. Andamos ouvindo este termo de forma corriqueira nos nossos meios de comunicação, televisão, Internet, bate papo na escola ou trabalho, e na grande maioria das vezes utilizadas para uma dita ‘característica positiva masculina’. Afinal, do que se trata esse termo? O que querem dizer com essa gíria? Isso não é um neologismo, mas vejo como um novo uso de um vocábulo que deixa várias definições. Claro que é uma noção aberta à interpretação pessoal e como pessoa tentarei expor um pouco a minha idéia.

Muitas comunidades nas redes sociais costumam ilustrar esta tal de ‘pegada’ com um casal, geralmente um homem forte de calça jeans e sem camisa dando uma bela ‘encoxada’ em uma moça bonita. Só que acredito que isso também é só uma representação visual de algo mais subjetivo ainda. A ‘pegada’ trata justamente da pegada que o homem deixa por onde passa e quem ou o quê ele ‘pega’.

Pegada é atitude. Como você deixa sua marca na vida? Vai caminhando em ovos, pisando delicadamente, temendo as reações negativas da sociedade? Ou pisa com confiança, deixando sua característica nas decisões que vai tomando? Você deixa para amanhã tarefas que podem lhe deixar em uma situação difícil ou simplesmente pega as oportunidades que o destino lhe oferece com confiança?

Sabe-se que é cobrada a pegada masculina, contudo temos muitas mulheres com mais pegada do que os homens. Atualmente eu tenho quase certeza que as mulheres tem mais pegada que os homens. Só que temos também muitas mulheres que cobram essa pegada sendo que não tem nenhuma. É como oferecer uma sopa de chuchu sem sal. É super saudável, mas não alimenta uma pessoa ativa.

Costumam colocar a culpa em algo imponderável, se desculpam dizendo: ‘não rolou, não teve química’. Há uma famosa saída entre parte da juventude na qual me relaciono: ‘Se não rolou a química, tenta a física’. Simplório demais né? Só que algumas vezes funciona. Física é física, é Newton, é lei, como a terceira, da inércia que fala da ação e reação.

Minha idéia dessa lei é que para haver atração entre dois corpos é necessário contato, um tato apurado, uma intensidade aproximada, afetividade no sentido oposto sem medo de se estar exposto.

Mas nem sempre temos razão, fazemos o que bem queremos do nosso jeito, com nossas características, expondo nossa opinião, e o consenso surge da resultante apavorante de um emaranhado de respostas divergentes. Nunca se pode vencer uma discussão, só se chega a um ponto onde se acha suficiente o aprendizado, mesmo que seja um resultado desagradável.

Um simples encontro de almas pode ser puro repouso, serenidade como num pouso suave. Só que também pode ser movimento, explosão de sentimentos! Destruição ou criação, religação ou agressão e a aceleração dessas reações é igual à paixão com a qual investe nas relações que estabelece.

Finalizando, tenho a impressão de que se quer impressionar alguém, precisa atingi-lo com um meteoro da paixão (Como diria um sertanejo popular brasileiro). Crie o seu meteoro com suas próprias idéias e gostos. Faça suas fórmulas de física mesmo que esteja completamente errado, e mesmo que não entenda nada de física. Saia do casulo, não precisa virar borboleta pra isso, mas se quiser, fique à vontade. O negócio é não ficar estagnado, parado, nulo. Tenha atitude! Aja, crie, surpreenda, viva com intensidade e deixe no mundo inteiro sua pegada. Vai passar a vida inteira olhando para um passado que parece ser mais interessante que o presente?

23 de fev. de 2011

Sobre a Manutenção do Amor Próprio

Neste período de preparativos para o carnaval, muitas indagações nos vêm à mente: ‘Aonde irei passar as festividades?’, ‘Com que grupo?’, ‘Sozinho ou acompanhado?’, ‘Na gandaia ou num retiro?’.

Muitas são as perguntas, e mais diversas são as respostas: ‘Sozinho na gandaia em Conceição da Barra com um grupo de amigos novos pegando geral’ ou ainda ‘Acompanhado da mulher da minha vida em um retiro espiritual em um sítio com os amigos de minha comunidade religiosa’ e por aí vai.

Alguns até são mais ousados na resolução das indagações: ‘Sozinho no retiro espiritual pra tentar pegar geral’ ou ‘Acompanhado em Guarapari de tarde tentando pegar geral à noite’.

De qualquer forma, não venho aqui fazer julgamento a respeito das infinitas perguntas e decisões pessoais que fazemos, apenas fazer uma consideração se for se relacionar com um outro ser humano nestas festividades: Amor próprio exige manutenção e ‘Eu te amo’ não é saudação.

Primeiro falei que amor próprio ‘exige’ manutenção, pois se estiver passando por um período de desvalorização pessoal, baixa auto estima ou sentimento de inferioridade, não irá se relacionar com um parceiro à altura do seu valor. Humildade é saber exatamente onde se está, e se é uma pessoa boa, não deve exigir menos do que o bom para si próprio. Então se não anda se amando, trate de olhar-se no espelho, lembrar de suas conquistas, qualidades e reparar que seus defeitos são só detalhes que o fazem único. Trate agora de soltar um sonoro e verdadeiro ‘EU TE AMO’ para si mesmo.

Segundo falei que ‘eu te amo’ não é saudação. Não diga para sua parceira simplesmente por dizer, no automático, como se estivesse dando ‘bom dia’ ou ‘boa noite’, como se estivesse saudando ao chegar ou ao se despedir.

Já olhou para si, para os pontos de admiração, conquistas, qualidades e os defeitos como característica de um ser humano único? Faça o mesmo com a pessoa que deseja se relacionar: Depois de olhá-la, pensar na personalidade dessa pessoa de forma positiva, dar um sorriso verdadeiro, admirá-la, desejá-la e ter a convicção que apesar de imperfeita você a ama, daí diga do fundo do seu coração um sonoro e verdadeiro ‘EU TE AMO’.

Na escolha da parceira, sempre esbarramos na questão da experiência versus pró-atividade. Um complementa e auxilia o outro. Pessoas com mais idade ‘geralmente’ tem mais experiência (Sabem usar sua inteligência na prática) e ‘geralmente’ pessoas mais novas são mais pró-ativas (Agem criativamente sem pesar muito as conseqüências).

A pró-atividade acende a chama, a experiência a mantém acesa. Sem um não há o outro. Como a fogueira do amor vai durar com alguém que mantém uma fogueirinha de gravetos? Como essa fogueira vai durar se jogarem um balde de álcool em algumas toras muito grossas, atear fogo e depois deixar por conta?

Nada é perfeito. Nunca encontraremos a pessoa perfeita. Encontraremos sim uma pessoa imperfeita que casa com nossas imperfeições e dialogar positivamente para evolução mútua. E o amor próprio é figura fundamental para a criação diária e manutenção de um relacionamento saudável: Se não se sente bem com alguma situação, olhe para si e avalie. Se continuar sentindo o mal da outra parte, externe para o seu parceiro. Há de sair um consenso desse diálogo: Nem que seja a manutenção da amizade e o ‘até logo’ definitivo e verdadeiro, cada um pro seu canto. ‘Eu te amo’ não é ‘até logo’. Não desperdice a maior festa do nosso país em algo que não é verdadeiro.

Seja feliz!


21 de fev. de 2011

Carnaval










Período preparativo,
Cheio de indagação,
Aonde irei será festivo?
Acompanhado ou solidão?

Muitas são as perguntas,
E mais são as respostas:
Gandaia conjunta.
Retiro uma aposta.

Alguns ousam mais,
Pegam geral,
Um não satisfaz,
Instinto animal.

Não venho fazer juízo,
De sua decisão,
Apenas analiso,
Pra auxiliar seu coração.

Amor próprio em manutenção,
‘Eu te amo’ não é saudação.

Lembre suas conquistas,
e invista.
Em si mesmo,
Não busque a esmo.

Se é bom, deve exigir,
Nada menos que bom,
Precisa insistir,
Achar seu tom.

Achou seu tom,
Agora ache seu acorde,
Qual nota aumenta seu dom,
Lhe complementa, o faz lorde.

Carnaval pode ser banal,
Uma fogueira de gravetos,
Uma experiência sem igual,
Uma confusão de duetos.

Nada é perfeito,
Mas pior é buscar o erro,
Atente pois depois de feito,
Pode decretar seu enterro.

Seja feliz!
Não aceite tudo o que dizem,
Pensou, quis?
Faça com que o bendizem.

Não quero deixar como herdeiros,
Lembranças de bailes de máscaras,
Não a sentimentos carpideiros.
Sim a sentimentos verdadeiros.



Leonardo Perovano

21-02-2011

18 de fev. de 2011

Os Amores que Surgem no Verão







Verões, amareladas, quentes, suadas, radiantes sensações no vêm à mente. Saímos das minas, dos abrigos do inverno, da escuridão das sombras nas cavernas, para o sol, astro rei que nos governa.

Praia, areia, picolé melando a mão, trajes de banho molhados e ásperos, pele e cabelos com hidratante e condicionador, sorriso fácil, alegria.

Ambiente propício para a sedução, paixões e porque não o amor? Cuidado com os famosos amores de carnaval, pois não são reais, eles começam sempre em meio a confusões, afundam quando deveriam começar a partir e se perdem entre vários navios naufragados e tripulações à deriva.

O sexo é supervalorizado em nossa sociedade: relações promíscuas, desejos banais, insesatos corações, traição, frutas, popozudas... Qualquer um pode usar algumas técnicas básicas e conseguir milhares de paixões se quiser, mas essa opção não lhe dará a felicidade plena. Você pode escolher fugir com vários ou amar apenas um, mas para o senso comum, a alma gêmea é sempre ridicularizada e depreciada. Só através da iluminação, do amadurecimento, do cair de máscaras e enxergar a essência é que se é capaz de valorizar o sentimento mais nobre.

Uma pergunta simples como ‘Você gosta dela?’, pode significar infinitas interpretações: podemos estar com alguém por vontade de ajudá-la, por caridade, mesmo não crendo ser essa pessoa um par ideal. Essas coisas acontecem quando está em uma relação onde a outra parte não te apóia, não te ajuda, não trabalha para si mesmo e quando faz alguma coisinha, te cobra como se tivesse lhe construído um Taj Mahal.

O problema é que geralmente entramos no ciclo infinito de dependência, aceitamos o karma simplesmente e não olhamos para o nirvana, para o retorno ao jardim do éden, para o primeiro amor. Se não sairmos do circo das aparências, se não apreendermos as armas da sedução, se continuarmos acreditando cegamente em nossas idiossincrasias, se não nos blindarmos dos obssessores, jamais conseguiremos abrir os olhos da percepção para entender as linhas tortas que Deus nos escreve.

Um sábio filósofo me disse que o amor é como uma ‘roça’ de rosas, se não cuidarmos ele murcha. Não podemos deixar cair na monotonia. Precisamos de almas entusiasmadas, aquecidas e queimando dia após dia. Aprendendo a amar sua amada, desejando a cada dia aprender algo novo sobre ela, irá ver que o sentimento não finda, não enjoa.

Desde sempre me disseram que amores de verão não duram. Deve ser porque sempre tiveram casinhos rasos que se penduram. O amor anda ereto, tem uma face, quando está junto da parceira é de um jeito, quando está longe dela é do mesmo jeito, essas são algumas pistas para a busca. Procure bem que irá encontrar, pois às vezes valorizamos demais as escolhas erradas, e valorizamos de menos as escolhas certas.

Se ainda não encontrou, pode ser também por valorizar mais o verão e menos o amor. Faça uma inversão: coloque o amor no singular e verão no plural. A quantidade é inversamente proporcional à qualidade. Parafraseando um filme recente: ‘Você já viu a foto de algum pescador com 14 trutas?’. Eu já pesquei meu marlin azul. Ou fui pescado? Não quero ficar dando ‘refresh’ na internet em uma sala escura a procura da mensagem de alguém que desconheço.

Outra lembrança recente é de um abençoado padre que nos relembrou que o amor não é só sentimento, é decisão. Viver amores líquidos não é a melhor solução. Pelo menos para mim. Faça sua decisão! E aproveite ao máximo o seu verão!



17 de fev. de 2011

Inércia











Permanecer em repouso,
Ou ouso?
Permanecer em movimento,
Alimento!
Na ausência de atrito,
Bendito!
Após uma força,
Não distorça.

Terceira lei,
Decomporei,
Ação e reação,
Atração,
Entre dois corpos,
Em contato,
Tato,
Mesma intensidade,
Afetividade,
Em sentido oposto,
Exposto.

Consenso é a resultante
Apavorante,
De uma unanimidade complexa,
Desconexa.

Pode ser repouso,
Ou pouso?
Pode ser movimento,
Ou sentimento?
Pode ser destruição,
ou criação?
Pode ser religação,
Ou agressão?
Aceleração igual a paixão,
Diferente do amor,
Emoção, calor.

Faça, mesmo que erre
Saia do casulo
Não fique estagnado, parado,
Nulo.



Leonardo Perovano

17-02-2011

1 de fev. de 2011

Cloropastos











Células animais completam-se,
Com células vegetais,
A violência humana é tão que se,
Perde-se o adjetivo racionais.


Não evoluí ainda,
Não sou vegetariano,
Não me decidi ainda,
Me considero ariano?


Isso é muito feio,
Da minha parte,
Pois levando ao extremo,
Deturpa o nosso meio,
Apaga o sentido da arte,
Vejo o julgamento e tremo.


Pastos claros,
Proteína a custo de sangue,
Cloropastos,
Arroz e feijão, proteína exangue.


Norlen, neste caso tem
Razão.
No caso da Dilma,
ainda não.



Leonardo Perovano

01-02-2011
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