Há uma velha sabedoria popular que diz que não existe melhor maneira de investir seu tempo e dinheiro do que numa viagem, nem que seja só mental.
Entre um carro novo e uma nova aventura, a segunda opção é melhor porque é a que vai estar em cartaz naquele famoso filminho que passa na nossa cabeça quando a gente está prestes a morrer.
Experiências são melhor investimento que coisas.
Agora, essa sabedoria popular, mais bonita na teoria que na prática, foi cientificamente comprovada (Carter & Gilovich, 2010), com 57% dos pesquisados optando por experiências. Até aí, tudo certo. Mas a lista de motivos para justificar essa escolha é que achei ótima, com argumentos racionais para justificar os ímpetos, geralmente os responsáveis por decisões como essa da foto.
Lembrando, claro, que são insights e não regras absolutas, mesmo porque muitas experiências estão muito misturadas à coisas (sua casa, por exemplo).
Então, prepare-se para passar reto naquela vitrine e vamos lá.
1. Experiências melhoram com o tempo. São reinterpretadas e ganham novos significados a medida que você vai envelhecendo. Coisas, pioram com o tempo.
2. Experiências duram mais. Ficam para sempre na sua memória e podem ser revividas. Coisas, acabam. (Van Boven & Gilovich, 2003)
3. Experiências escapam de comparações cruéis porque são únicas. Coisas (principalmente as do vizinho), são comparáveis e invejáveis.
4. Experiências, também por serem únicas, demandam uma adaptabilidade maior (passar um mês numa tribo de índios). Coisas, são compatíveis na essência, para facilitar seu consumo e “esvaziam” mais rápido, perdem o encanto (aliás, tem coisas que perdem o encanto na hora que a gente pisa em casa, é irritante). (Nicolao et al., 2009)
5. Experiências tendem a ser mais sociais, parte fundamental de qualquer teoria de felicidade, auto-estima, etc.
E eu, humildemente, acrescentaria mais uma.
Experiências podem ser compartilhadas, sem que que o dono deixe de possuí-las. Pelo contrário: todos os envolvidos ficam mais ricos, o valor da experiência aumenta.